Resenhando: Will & Will

Por: Letícia

"Você gosta de alguém que não pode retribuir seu amor porque é possível sobreviver ao amor não correspondido de uma forma que é impossível no caso do amor correspondido."

AVISO: Se você tem algum preconceito contra homossexualismo, sugiro que não leia este post e que também não comente nada que possa ofender a obra ou qualquer coisa relacionada à ela. Fica a dica!

Bom, se você está entre o público de 14 a 21 anos (young adult), com certeza este livro foi feito pra você. Ele fala de vários assuntos que ainda são vistos de maus olhares pela sociedade, nos quais estão: homossexualismo, bissexualismo, namoro virtual e indienização. 

Um detalhe que já chama a atenção do público extenso de leitores fanáticos: John Green. Sendo uma figurinha fácil no mercado literário, muita gente já amou este livro antes mesmo dele ser lançado nas livrarias. 

Como eu já disse no post sobre Cidades de Papel, John Green não é tão impressionante assim para mim, admito que o mesmo tem muito talento mas não sei porque não gosto das histórias dele. A que realmente me impressionou foi Cidades de Papel. Agora comecei a ler Deixe a neve cair, e posso dizer: sinto que este livro vai me impressionar pois já gostei bastante da primeira parte do livro e assim que terminá-lo, farei uma resenha dele para vocês. 

Enfim, só comprei Will & Will porque muita gente disse que era o melhor livro do John Green, então comprei para verificar mesmo. Bom, posso dizer que não gostei tanto assim. Todos me indicavam porque "muita gente" quer que eu ame John Green, já que dizem que tenho talento para a escrita, então na cabeça de "muita gente", eu tenho a obrigação de gostar desses autores famosos. No fim, eu achei que o livro não tinha tanta emoção quanto eu achava que teria. 

Primeiramente, fiquei surpresa pelo Green não ter matado ninguém (ainda acho que foi porque David Levithan não deixou). Segundamente, pra mim o livro não teve tanta magia quanto deveria, e eu achei-o muito parado, assim como Teorema Katherine. Terceiramente: não que eu seja preconceituosa mas achei que o livro parecia estar fazendo uma crítica contra os heterossexuais já que há uma parte em que o personagem Tiny Cooper diz que os heterossexuais são a escória da humanidade, e outras coisas que outros personagens dizem fazem algumas pessoas sentirem como se estivesse erradas quanta à sua opção, e senti como se eles quisessem fazer mais pessoas viraram homossexuais. Vamos respeitar, né? Cada um tem a sua opção sexual, e não se deve fazer uma pessoa diferente se sentir errada quanto à sua opção.

Enfim, mesmo que eu não tenha gostado do livro, irei fazer a resenha porque gosto de compartilhar minhas leituras com todos, afinal, a opinião de vocês é diferente da minha e com certeza, vai ter muita gente que irá gostar da história. 

O livro conta a história de dois garotos que compartilham o mesmo nome: Will Grayson, e é apenas isso que os une no começo do livro. Cada Will narra um capítulo, e os dois vão alternando ao longo do livro. O Will Nº1 narra sua história com letras maiúsculas e minúsculas. Já o Will Nº2 narra apenas com letras minúsculas. Mas é muito fácil distinguir um Will do outro.

O Will Nº1 é heterossexual, mora em Chicago e leva uma vida relativamente normal para um adolescente. Seu melhor amigo é Tiny Cooper, um gay que consegue cativar todos ao seu redor. Ele também tem uma amiga chamada Jane, e ao longo do livro, se apaixona por ela. Este Will, assim como Tiny e Jane é apaixonado por música indie, e ambos fazem algumas loucuras no começo do livro para conseguir entrar em alguns shows usando identidades falsas ou enganando os seguranças. Meu palpite é que John Green que interpretou e escreveu este Will. 

O Will Nº2 é homossexual, mora no subúrbio de Chicago e trabalha numa farmácia para ajudar a mãe nas despesas. Ele é quem faz o livro ser tão depressivo. Sua única "amiga" é uma garota chamada Maura, que desconfia que ele é gay e vive tentando cercá-lo para tentar descobrir sobre isso, e a amizade dos dois é muito conturbada. Este Will namora virtualmente um cara chamado Isaac, que ele acredita ser o amor da sua vida. Creio eu que David Levithan tenha escrito sobre este Will.

Aparentemente, era impossível estes dois Will esbarrarem um no outro, mas o Will Nº2 marca um encontro com seu namorado virtual, Isaac, numa sex shop, e quando já está esperando por Isaac, ele encontra o Will Nº1, que tinha acabado de ser expulso de um show já que foi pego com a identidade falsa e ficou matando tempo ali perto esperando Tiny e Jane saírem do show depois.

No fim, Isaac não foi ao encontro e vocês só saberão o motivo se lerem o livro. E quando Tiny e Jane saem do show e vão encontrar os Wills, já que o Will Nº1 ligou avisando sobre o Will Nº2, este último vai parar beijando Tiny Cooper num balanço e assim começa a verdadeira história do livro.

Os personagens são bem desenvolvidos e mostrados de acordo com o livro mas é difícil de entender o que os autores estavam tentando passar com estes personagens. É meio irritante pois a primeira metade do livro foi totalmente chata devido à contar apenas a história dos dois Wills, e só realmente começa a ter alguma faísca de emoção quando os dois se encontram na metade do livro. A escrita é leve e possui alguns trechos repletos de sarcasmo, além de trazer alguns críticas relacionadas à sociedade atual.

O livro trata-se de fazer críticas contra o preconceito de opção sexual, nos revelando que cada um deve escolher sua própria opção. No caso, alguns personagens são gays, outros não. Só o que não achei certo foi o fato de fazerem uma crítica contra os heterossexuais. Eu recomendo este livro a quem tem preconceito para enxergar os dois lados de uma mesma situação e ver que amor não escolhe sexo. 

Apesar de não ter gostado do livro, eu quero que todos que tiverem a oportunidade leiam este livro porque todos tem sua opinião e acho que o livro será muito bem usado contra o preconceito, afinal, Will & Will é o primeiro young adult gay lançado no Brasil e poderá mudar muita gente neste país repleto de homofóbicos, racistas e outros tipos de preconceituosos.